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Insuficiência cardíaca ❤️ como é feito diagnóstico

Saiba quais os sintomas e diagnóstico de ⭐ Insuficiência Cardíaca ⭐, popularmente conhecido como “Coração Grande”. Veja Aqui!

Como é feito o diagnóstico da insuficiência cardíaca, popularmente conhecida como “coração grande” ?

Geralmente, a principal queixa do paciente com insuficiência cardíaca é “cansaço” ou “falta de ar”. Porém, várias doenças também podem causar esses sintomas e não há um exame isolado que dê o diagnóstico.

O diagnóstico da insuficiência cardíaca é feito pelo médico baseado em um conjunto de informações que envolvem a história do paciente, o exame físico, o eletrocardiograma, os exames laboratoriais e os exames de imagem (por exemplo, a ecocardiografia com doppler colorido).

Por que devemos tratar a insuficiência cardíaca?

A insuficiência cardíaca está presente em até 10% dos indivíduos acima de 65 anos e é uma das principais causas de morte no Brasil e no Mundo. Metade dos pacientes podem morrer em até 5 anos após o diagnóstico, dependendo da gravidade e se não houver o tratamento adequado.

A insuficiência cardíaca pode ser prevenida ou retardada com o tratamento dos fatores de risco, por exemplo, hipertensão arterial sistêmica, colesterol alto, diabetes, obesidade, consumo de álcool e tabagismo.


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Uma vez instalada, a insuficiência cardíaca não tem cura, mas pode apresentar remissão através da combinação de tratamentos medicamentosos e não medicamentosos. Para isso, é fundamental o comprometimento do paciente, pois a principal causa de descompensação da insuficiência cardíaca é a má adesão ao tratamento.

Outras causas frequentes de descompensação cardíaca incluem infecção e arritmias. A internação, muitas vezes evitável com o tratamento adequado, aumenta o risco de morte do paciente, principalmente até o primeiro mês após a alta.

Além da redução da mortalidade, o tratamento da insuficiência cardíaca também objetiva melhorar a qualidade de vida do paciente, reduzindo os sintomas, melhorando a sua funcionalidade e reduzindo o risco de internação.

Qual o melhor tratamento para a insuficiência cardíaca?

O tratamento da insuficiência cardíaca envolve medidas não farmacológicas e medidas farmacológicas.

O tratamento não farmacológico consiste em:

  • Restrição do consumo de sal (sódio) para todos
  • Restrição do consumo de água (restrição hídrica) nos casos graves
  • Perda de peso corporal em obesos
  • Abstinência de álcool na insuficiência cardíaca causada pelo álcool
  • Cessar tabagismo
  • Controlar as doenças que causam ou pioram a insuficiência cardíaca, como hipertensão arterial sistêmica, diabetes e dislipidemia (aumento do colesterol e/ou triglicérides).
  • Acompanhamento do peso corporal: aumentos significativos em curtos períodos podem significar retenção hídrica
  • Vacinação contra influenza e pneumococo: reduz a mortalidade do paciente com insuficiência cardíaca
  • Reabilitação em centro especializado: melhora a capacidade ao exercício, apesar de não aumentar a sobrevida

O tratamento farmacológico depende do tipo de insuficiência cardíaca diagnosticada pelo seu médico cardiologista:

Na insuficiência cardíaca com fração de ejeção preservada ainda não há medicações que aumentem a expectativa de vida, exceto os inibidores do cotransportador sódio-glicose (iSGLT2) segundo alguns estudos, e a terapia baseia-se no tratamento da causa de base, por exemplo, hipertensão arterial sistêmica, diabetes, isquemia cardíaca, etc.


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Alguns estudos mostram que as medicações da classe Bloqueadores do Receptor de Angiotensina II (BRA) e a espironolactona podem reduzir as internações, sem aumentar a sobrevida do paciente.

Para alívio dos sintomas de insuficiência cardíaca pode ser necessário o uso de diuréticos, por exemplo, furosemida e hidroclorotiazida.

Na insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida há medicações que atuam reduzindo ou, mais raramente, revertendo o remodelamento (deformidade) cardíaco e aumentam a sobrevida do paciente, são elas:

  • Betabloqueadores (por exemplo: metoprolol, carvedilol ou bisoprolol)
  • Inibidores da enzima conversora de angiotensina (por exemplo: enalapril, captopril)
  • Bloqueadores do receptor de aldosterona (por exemplo: losartana, valsartana)
  • Antagonista mineralocorticoide (por exemplo: espironolactona)
  • Inibidores da neprisilina e receptor de angiotensina (por exemplo: sacubitril-valsartana)
  • Inibidores de do co-transportator sódio-glicose (SGLT-2) (por exemplo: empaglifozina, dapaglifozina).

Nem sempre o paciente poderá fazer uso de todas as drogas citadas acima devido a algumas condições que devem ser avaliadas somente pelo médico (por exemplo: disfunção renal, intolerância, bloqueios cardíacos, asma, enfisema pulmonar, hipotensão).

Em casos mais graves de insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida apesar da terapia otimizada, podem ser feitos alguns tratamentos para melhorar a função do coração e aumentar a sobrevida do paciente, como:

  • Terapia de ressincronização cardíaca
  • Cardiodesfibrilador implantável
  • Mitraclip

Algumas drogas, ainda, apesar de não aumentarem a expectativa de vida do paciente com insuficiência cardíaca, podem ajudar a reduzir sintomas e internações, como:

  • Digitálicos (por exemplo: digoxina)
  • Ivabradina
  • Diuréticos (por exemplo: furosemida, hidroclorotiazida)

ATENÇÃO! Caso ocorra melhora da função cardíaca, não se deve suspender as medicações em uso, pois a disfunção cardíaca tende a retornar, sendo metade dos casos nos primeiros 6 meses após a suspensão.

E o transplante de coração, quando está indicado?

Em casos mais avançados de insuficiência cardíaca, mesmo com todas as terapias disponíveis o paciente pode permanecer muito sintomático ou precisar de drogas venosas (inotrópicos) ou suporte circulatório mecânico (por exemplo: Oxigenação por Membrana Extracorpórea -ECMO) para se manter vivo. Nestes casos, a única solução é o transplante cardíaco, caso não haja contraindicação. São elas:

  • Pacientes acima de 70 anos muito debilitados
  • Baixa expectativa de vida (por câncer ou outras doenças)
  • Infecção ativa
  • Diabetes descompensado
  • Tabagismo
  • Doença psiquiátrica, cerebral, hepática ou pulmonar graves
  • Hipertensão pulmonar fixa

Apesar de salvar vidas e oferecer uma qualidade de vida excelente, para alcançar seu objetivo, o transplante cardíaco deve ser criterioso e requer bastante comprometimento do paciente transplantado, pois ele necessitará tomar medicações para o resto da vida para evitar que o corpo rejeite o novo coração. Essas medicações, por sua vez, podem aumentar o risco de infecções, hipertensão arterial sistêmica, insuficiência renal e câncer.

Nos casos em que o transplante está contraindicado, o foco do tratamento passa a ser exclusivamente a melhora da qualidade de vida do paciente para que ele possa viver o mais ativamente possível durante a evolução de sua doença até a morte. Os familiares também estão incluídos nesse cuidado, que envolve uma rede de suporte para controle do sofrimento físico (ex.: dor, falta de ar, tosse) e/ou psicológico (ex.: ansiedade, depressão).

Referências

  1. Sociedade Brasileira de Cardiologia
  2. American Heart Association
  3. Uptodate
  4. European Society of Cardiology
  5. Organização Mundial da Saúde

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Por Dra. Mariana Fogaça - Médica Cardiologista

A médica Dra. Mariana Fogaça é formada pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Juiz de Fora (MG), se especializou em Cardiologia pelo Instituto Nacional de Cardiologia (INC) e conquistou o Título de Especialista pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC). Atualmente Dra. Mariana Fogaça atua como Médica Cardiologista em Copacabana, Ecocardiografista e Clínica nos maiores hospitais da Zona Sul do Rio de Janeiro.

3 comentários a “Insuficiência cardíaca ❤️ como é feito diagnóstico”

[…] Insuficiência cardíaca: Popularmente conhecida como “coração grande”, a insuficiência cardíaca é uma doença caracterizada pela incapacidade do coração bombear uma quantidade adequada de sangue para o resto do corpo. As principais causas incluem doença coronariana, hipertensão arterial sistêmica e doenças das válvulas do coração. Outras causas incluem arritmias, infecções e doenças cardíacas congênitas (presentes ao nascimento). […]

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